segunda-feira, 18 de maio de 2009

Há Salvação fora da Igreja?

Ainda que involutariamente, o questionamento atravessa séculos, permanecendo e provocando discussões entre cristãos
Por João Neto
''Perdi um amigo que não chegou a freqüentar nenhuma igreja evangélica. Porém ele acreditava em Deus e reconhecia o Seu poder. Ele foi salvo?''. Esse pode ser o questionamento de muitos cristãos que passaram pela perda de amigos, parentes ou até mesmo do cônjuge. Uma pessoa que freqüenta a igreja dá sinais da fé que professa, mas será que essa prova é necessária para a salvação do homem?
Em entrevista ao Guia-me, o pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória (ES), Hernandes Dias Lopes, mostrou que tal indagação possui uma complexidade maior do que se imagina. Segundo o teólogo, quando fala-se em Igreja, pode-se fazer referência à igreja visível (instituição, templo, denominação) e à invisível (corpo de Cristo). ''A grande questão é definir o que é Igreja. A salvação não pode ser desvinculada da Igreja se a entendemos como corpo de Cristo, a noiva do Cordeiro, a igreja invisível. É possível que alguém faça parte da igreja invisível sem ser membro da igreja visível'', lembrou.
Para responder parte deste questionamento, Rev. Hernades cita dois exemplos específicos, o de um dos ladrões crucificados ao lado de Jesus (Lc 23:32-43) e o de Judas (Mt 27:5): ''O ladrão na cruz, arrependido, não teve tempo de ser batizado nem de filiar-se a uma igreja [visível]'', expôs o reverendo, lembrando que, por reconhecer Jesus como filho de Deus naquele momento e aceitá-Lo como seu salvador, o infrator já estava salvo, fazendo parte assim da igreja invisível. ''É possível também, alguém ser membro da igreja visível e não ser membro da igreja invisível. Judas foi apóstolo de Cristo e não foi salvo''.
Apesar de afirmar que a salvação não necessita da igreja como instituição, Hernandes Dias Lopes reiterou a importância da comunidade no cotidiano cristão e do batismo como forma de integração à vida comunitária. ''Isso não é uma desculpa para deixar de fazer parte da igreja visível. Precisamos ser integrados à comunhão da igreja pelo batismo (Mt 28.19,20). Um crente que despreza a comunhão dá provas que não pertence ao corpo de Cristo'', afirmou.
Comunhão: caminho para conhecer a DeusEm seu livro ''Janelas para a Vida - Espiritualidade do Cotidiano'', o Pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto (DF), Ricardo Barbosa de Sousa, assume que se questionou a respeito da importância da igreja em sua vida durante sua juventude: ''Será que o que eu experimento nela, eu não conseguiria noutro lugar?"; "Será que não me tornei um dependente eclesiástico, daqueles que, por não saberem conviver consigo mesmos, por terem medo da solidão, precisam da comunidade?". "Responder esta pergunta foi pra mim uma tarefa mais que teológica, era existencial''.
Confirmando o raciocínio proposto pelo Rev. Hernandes, Ricardo Barbosa lembra da importância da comunhão como um fator inerente ao ser humano. ''O verdadeiro ser é uma pessoa livre, uma pessoa que livremente ama, que livremente afirma sua identidade numa comunhão com outra pessoa. Afirmamos que cremos num único Deus porque cremos numa comunhão tão perfeita de amor e entrega que não vemos três, mas um único e indivisível Deus onde a comunhão precede e determina o ser'', afirma.
A base bíblica para que Souza cite a importância da comunhão praticada na Igreja vem das palavras do próprio Cristo, as quais recebem a interpretação do teólogo. ''O conhecimento de Deus só é possível a partir da compreensão e aceitação dessa comunhão, pelo fato de Ele mesmo não existir fora dela. Jesus afirmou: "Ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai; e também ninguém sabe quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar". Esta declaração demonstra o quanto o ser de Deus é intrinsecamente relacionado; o quanto o conhecimento depende da comunhão''.
Agência Exclusiva de DeusPastor da Igreja Presbiteriana Central de São Vicente (SP), o Rev. Fábio Ciribelli lembra a importância da Igreja como ''agência exlusiva do reino de Deus'', recorrendo à passagem bíblica de Efésios 3.8-12. ''Em minha avaliação encontro a Igreja (organismo ou 'invisível' e organização ou 'visível') como 'agência exclusiva do Reino de Deus' entre 'principados e potestades nos lugares celestiais' e 'homens e mulheres' na terra'', afirma.
Ainda no livro de Efésios, Pr. Ciribelli lembra que a igreja não é a responsável pela salvação do indivíduo, mas sim quem a proclama, anuncia tal possibilidade e mantém a fé do indivíduo enqüanto cristão. ''Em Efésios 3.8-12 (ela anuncia em todo tempo os 'desígnios de Deus e a multiforme sabedoria de Deus'). Passamos por Romanos 10.16-21 (a ininterrupta pregação do evangelho, que alcançará a toda criatura). Por I Co 1-9 ( pela igreja Deus habilita o seu povo e com sua graça o sustenta na fé). E, por fim, podemos ficar com Efésios de novo 4.7-16, mostrando o papel de equipar os santos para toda boa obra feito pela igreja'', expõe.
O fato de a Igreja não poder caminhar sem a orientação divina não deixou de ser lembrado por Ciribelli, que citou dons espirituais como fatores de aperfeiçoamento da comunidade. ''Em Filipenses, Paulo fala que é Deus quem opera em nós tanto o querer como o realizar e em Efésios Paulo diz que Jesus Deus dons de apóstolo, profetas, evangelistas, pastores e mestres para aperfeiçoar a igreja na vida cristã e em todo o seu papel de sustentação da salvação'', conclui.


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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Precisamos Evangelizar

IDE

O mundo só será salvo se invocar o nome do SENHOR, mas isso nunca acontecerá se alguém não for e pregar onde Cristo ainda não foi anunciado (Rm 15.20,21). Por sua vez, isso só acontecerá se este alguém for enviado. Enviado pela igreja. Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo. Como porém, invocarão Aquele em que não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados? (Rm 10.13-15).

Paulo não considerava outro caminho. Não cogitava de missionários independentes, como profetas solitários, saindo pelo mundo. Quando ele e Barnabé partiram de Antióquia para evangelizarem os gentios, eles foram enviados pelo ESPÍRITO SANTO , por meio da Igreja (At 13.1- 4). A medida que desbravava novos campos e estabelecia o Reino de Deus onde antes, só imperavam as trevas, as novas igrejas fundadas por ele ou mesmo por outros, o ENVIAVA a outros lugares ainda mais distantes (Fp 4.15 Rm 15.22-24). Deste modo avançava a Igreja sobre as portas do inferno (Mt 16.18b).

Há um esforço de Deus em enviar obreiros aos gentios para lhes abrirem os olhos e convertê-los das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim. (At 26.17,18). Estas são palavras do próprio SENHOR JESUS para Paulo. Estas palavras fazem arder minha consciência porque expressam o coração bondoso do nosso AMADO JESUS e Seu desejo e expectativa.

Era como se o SENHOR dissesse:

"Paulo, eles estavam incluídos na minha cruz, mas não sabem disso! Seus pecados foram pagos e remidos, mas eles não sabem disso! Podem ser filhos do meu Pai, incluídos em nossa família (Ef 2.17-22), participantes da minha própria herança (Rm 8.17), mas eles não sabem disso! Se crerem em Mim serão santificados, como você, mas eles não sabem disso! Quero derramar em seus coraçoes o Espírito de adoração (Rm 8.14-16), quero que bebam do Meu Espírito (1Co 12.13), mas como fazê-lo se eles não sabem nada a meu respeito?

" Paulo respondeu a este esforço de DEUS com pronta obediência (At 26.19,20). Ele esperava que as igrejas entendessem isso, se envolvessem e, como evidência de que estavam comprometidas com o SENHOR neste esforço de alcançar o mundo.

Ora, clama, chora, jejua e sofre para que Deus entre nas casas, nas cidades, nas nações, de tal modo que a terra se encha do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar (Hc 2.14).

Como invocarão Aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?Era como se o SENHOR dissesse: É tua responsabilidade!Como serei conhecido se a igreja não for e não me anunciar? A quem enviarei, e quem há de ir por nós? (Is 6.8). Aqui entra a atitude profética da igreja. o profeta cabe tornar conhecida a vontade de DEUS e confrontar o engano com a verdade. (Onde não há confronto a verdade não se estabelece!)

Não iremos como indivíduos, como profetas solitários. Iremos como igreja, estando absolutamente convencidos que a atuação sacerdotal da igreja, intercedendo aqui, será tão ou mais importante quanto nossa presença profética, proclamando a verdade.

Sei que haverá dificuldades. Não desprezo a oposição de Satanás (1Ts 2.18 Ef 6.10-12). Ele não ficará assistindo seu reinado ser ameaçado e irá se opor de todas as formas. Não desprezo, mas também não me assusto, pois temos do SENHOR uma ordem e uma promessa: "Ide e fazei discípulo." (MT 28.19)


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terça-feira, 5 de maio de 2009

O que a Bíblia diz sobre paciência?

Pergunta: "O que a Bíblia diz sobre paciência?"Resposta: Margaret Thatcher uma vez disse: “Eu sou extremamente paciente contanto que eu consiga o que quero no final”. Quando tudo está indo do jeito que queremos, é fácil demonstrar paciência. O verdadeiro teste de paciência aparece quando nossos direitos são violados; quando o carro esporte nos corta no trânsito; quando um grupo de adolescentes estão se comportando de forma inadequada; quando o nosso colega de trabalho ridiculariza a nossa fé mais uma vez. Algumas pessoas acham que têm o direito de ficar chateados quando enfrentando irritações e provações. Impaciência é quase como uma ira justa. A Bíblia, no entanto, fala de paciência como um fruto do Espírito (Gálatas 5:22), o qual deve ser produzido por todos os Cristãos (1 Tessalonicenses 5:14). Paciência revela nossa fé no fato de que Deus sabe qual o melhor tempo para tudo e que Ele é onipotente e amoroso.Apesar da maioria das pessoas considerarem paciência como uma espera passiva ou tolerância gentil, a maioria das palavras gregas traduzidas como “paciência” no Novo Testamento são palavras ativas e saudáveis. Considere, por exemplo, Hebreus 12:1: “Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta”. Pode alguém correr a carreira esperando passivamente por pessoas que enrolam ou gentilmente tolerando os trapaceiros? Claro que não! A palavra traduzia paciência nesse versículo significa tolerância. Um Cristão corre a carreira quando pacientemente persevera através das dificuldades com a esperança do Céu. Na Bíblia, paciência é perseverar rumo ao alvo, aguentar as dificuldades ou esperar ansiosamente que a promessa seja cumprida.É claro que paciência não acontece da noite para o dia na vida de um crente. O poder e a bondade de Deus são muito importantes para o desenvolvimento da paciência em Seus filhos. Colossenses 1:11 nos diz que somos fortalecidos,”segundo a força da sua glória, em toda a paciência, e longanimidade com gozo”, enquanto Tiago 1:3-4 nos encoraja a saber que provações são a forma que Deus usa para aperfeiçoar nossa paciência. Nossa paciência se desenvolve e fortalece ainda mais quando descansamos na perfeita vontade de Deus e no Seu tempo, mesmo quando à face de homens perversos: “Descansa no SENHOR, e espera nele; não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos” (Salmo 37:7). No fim das contas, nossa paciência é recompensada: “Sede pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia. Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima” (Tiago 5:7-8). “Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca” (Lamentações 3:25).Podemos ver na Bíblia muitos exemplos de pessoas cuja paciência foi característica de sua caminhada com Deus. Tiago nos aponta aos profetas: “Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram em nome do Senhor”(Tiago 5:10). Ele também se refere a Jó, cuja perseverança foi recompensada: “Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso” (Tiago 5:11). Abraão também foi paciente: “E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa” (Hebreus 6:15). Assim como Jesus é o nosso modelo em todas as coisas, Ele demonstrou ser o modelo perfeito com sua perseverança paciente: “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus” (Hebreus 12:2).Como podemos demonstrar paciência que é característica de nossas novas vidas em Cristo? Primeiro, devemos agradecer a Deus. A primeira reação geralmente é: “Por que eu?”, mas a Bíblia nos diz que devemos regozijar na vontade de Deus (Filipenses 4:4; 1 Pedro 1:6). Segundo, devemos procurar pelos seus objetivos. Às vezes Deus nos coloca em situações difíceis para nos dar a oportunidade de testemunhar. Outras vezes, Ele pode permitir uma provação para santificar nosso caráter. Lembrar que Seu propósito é para o nosso crescimento e Sua glória vai nos ajudar a perseverar em provações. Terceiro, devemos lembrar de Suas promessas, tal como a de Romanos 8:28, a qual nos diz: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. “Todas as coisas” incluem as coisas que testam nossa paciência.Da próxima vez que você for cortado no trânsito, traído por um amigo ou mangado por seu testemunho, como você vai responder? A resposta natural é impaciência, a qual acaba levando a mais estresse, raiva e frustração. Graças a Deus que Cristãos não estão mais presos à “resposta natural” porque temos uma nova natureza, a natureza de Cristo (2 Coríntios 5:17). Pelo contrário, agora é que devemos ter a força do Senhor para responder com paciência e com confiança completa no poder e propósito do Pai. “A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção” (Romanos 2:7).




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